Água na História

O Homo sapiens surgiu há aproximadamente 50 mil anos atrás, durante o último período de glaciação, que o motivou a habitar as zonas mais quentes da Terra na época, que eram a bacia hidrográfica dos rios Tigre e Eufrates na Mesopotâmia, os vales do rio Indo na Índia, o rio Amarelo na China e o Lago Biwa no Japão. Desde que começaram a interagir com o mundo ao seu redor, os seres humanos desenvolveram uma sofisticada percepção e um profundo respeito pela natureza, que diferentemente de hoje mais os afetava que era afetada por eles. Todos precisavam saber quais frutos comer, onde encontrar água durante a seca, como evitar onças, que árvores serviam para construção, para um bom fogo ou bom remédio. O conhecimento ambiental; passado de geração a geração até os dias de hoje; sempre foi necessário para a proteção contra os ataques da natureza e para o aproveitamento das suas riquezas.
Há registros de poços escavados em 8 mil a.C. na Mesopotâmia, os Sumérios desviaram o curso dos rios, plantaram em suas várzeas e construíram barragens com canais de drenagem e sistemas de distribuição de água para irrigação agrícola.
Azevedo Netto (1959) destaca que, surgiram no mundo diversas obras relacionadas ao saneamento. Na Babilônia já existiam sistemas de coleta de esgotos nas cidades século V a.C; na Índia por volta de 3.750 a.C. foram construídas galerias de esgotos em Nippur e em 3.200 a.C. obras para o abastecimento e drenagem de água no Vale do Indo.
Conforme Azevedo Netto (1984), documentos em sânscrito datados de 2.000 a.C. aconselhavam o acondicionamento da água em vasos de cobre, à sua exposição ao sol e filtragem através do carvão, ou ainda, pela imersão de barra de ferro aquecida, bem como o uso de areia e cascalho para filtração da água. Por volta de 1500 a.C., os egípcios já utilizavam a prática da decantação (processo de separação de misturas heterogêneas) para purificação da água. Na antiga Grécia desde o século VI a.C. já havia tecnologia para captação e distribuição de água a longas distâncias. Um túnel construído em Samos, que aplicava o princípio dos vasos comunicantes e pressurização (é a forma de igualar pressões, no meio líquido ou gasoso) dos encanamentos para condução da água; foi considerado por Heródoto como ‘maior’ obra de engenharia da Grécia, até então. Importantes sistemas hidráulicos pressurizados foram construídos e descobertos em Pérgamo e em Emuros (180 a 160 a.C.). Em Atenas nessa época, já existiam caixas d'água localizadas nas partes mais altas da cidade, afastamento dos esgotos e descargas em vasos sanitários.
Nenhuma civilização se compara à romana no que se refere às obras hidráulicas e saneamento. No século IV a.C. Roma já contava com 856 banhos públicos e 14 termas que consumiam aproximadamente 750 milhões de litros de água por dia, distribuídos por uma rede com mais de 400 km de extensão, conforme Liebmann (1979). Em 312 a.C., Appius Crassus construiu o primeiro aqueduto romano, o Via Appia com 16,5 km de extensão; a partir daí, os aquedutos foram disseminados por todo Império e construídos também na Alemanha, Itália, França, Espanha, Grécia, Ásia Menor e África do Norte.
O homem primitivo facilmente terá reconhecido a sua forte dependência da água: primeiramente, para lhe matar a sede e, depois, para utilizá-la na manufatura de produtos, utensílios e construções que lhe eram essenciais. Sentiu também como o ambiente lhe poderia ser adverso em consequência de secas ou de inundações devastadoras. Não estando apto a aprofundar os conhecimentos sobre aqueles fenómenos, cedo terá passado a associar a água ao sobrenatural.
O Homem, desde há milénios, adota medidas para utilizar a água e dominar os efeitos da sua ocorrência em excesso. Capta a água subterrânea em poços e minas e a água superficial nos rios, lagos natural etc. A forca motriz de origem hidráulica captada em rodas hidráulicas foi já usada para a moagem de cereais na Antiguidade, mas raramente.
Na Idade Media, as condições sociais e econômicas determinaram a tendência para substituir o trabalho manual por máquinas acionadas pela água. Nos séculos X e XI expandiu-se a utilização da roda hidráulica. No século XIII, rodas hidráulicas funcionavam em toda a Europa e a sua utilização tinha-se ampliado para o esmagamento da azeitona e de sementes, para o apisoamento de fibras, tecidos, minérios e peças metálicas e para o acionamento de foles de fornalhas. Nos séculos XIX e XX, com o desenvolvimento científico e tecnológico, o Homem passou a dispor de materiais, equipamentos e técnicas que lhe permitiram construir sistemas mais eficazes para a utilização. As turbinas hidráulicas e as bombas rotativas vulgarizaram-se na primeira metade do presente século, ao que esteve associado o desenvolvimento das tecnologias elétricas. A produção de energia hidroelétrica sofreu grande expansão, tendo contribuído para o desenvolvimento industrial de muitos países.
Um homem, há 100 anos antes de Cristo, consumia 12 litros de água por dia para satisfazer suas necessidades básicas. O homem romano aumentou esse consumo para 20 litros diários e no século XIX o homem passou a consumir 40 litros nas pequenas cidades e 60 litros por dia nas grandes. Já no século XX, o homem moderno chega a consumir 800 litros de água/dia para atender suas necessidades, onde chega a gastar 50 litros de água somente numa rápida ducha de 3 minutos.
6ºANO – Texto para análise e produção da Linha do Tempo

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